terça-feira, 20 de maio de 2014

Estudo associa autismo e traumas no crânio a crimes em massa


Pesquisa foi o primeiro trabalho a identificar a complexa relação entre os problemas de desenvolvimento neurológico e fatores psicossociais.
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Pesquisa foi o primeiro trabalho a identificar a complexa relação 
entre os problemas de desenvolvimento neurológico e fatores 
psicossociais. StockPhoto

GLASGOW (ESCÓCIA) - Cientistas ingleses encontraram a combinação de problemas de saúde mental que pode resultar em crimes violentos cometidos por serial killers. Os resultados constam de um estudo realizado pela Universidade de Glasgow, na Escócia -considerado o primeiro trabalho a identificar a complexa relação entre problemas de desenvolvimento neurológico e fatores psicossociais.

A pesquisa apurou que 28% dos assassinos avaliados sofriam de Desordens do Espectro Autista (DEA) e outros 21% foram vítimas de algum ferimento definitivo (ou suspeito) no crânio. Desses grupos, 55% tinham experimentado eventos traumáticos que causaram estresse psicológico.
Clare Allely, pesquisador chefe do Instituto de Saúde e Bem-Estar de Glasgow explicou em entrevista ao jornal britânico “The Independent” que é crucial notar que o trabalho não está tentando sugerir que pessoas com DEA ou traumatismo craniano são mais propensas a se tornarem assassinos.

- Pelo contrário, nós estamos apontando que pode haver um subgrupo de indivíduos pertencentes a esses grupos que pode ser mais propenso a cometer crimes graves quando expostos a certos traumas psicossociais - avaliou.

Os resultados do trabalho foram divulgados na publicação “Journal of Violent and Aggressive Behaviour”. Eles mostram uma relação entre transtornos de neurodesenvolvimento, como ASD ou trauma na cabeça, e distúrbios psicossociais, como a exposição ao abuso físico ou sexual durante a infância.

Allely disse, entretanto, que a pesquisa é “muito incipiente” e que novas pesquisas são necessárias para entender os mecanismos que justificam formas extremas de violência.

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