sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Computadores na pré-escola

Foto: Andréa Cebukin
Foto: Andréa Cebukin
Trabalhando em grupo, as crianças do Jardim de Infância Municipal Doutor Luiz Silveira, em Piraí, a 105 quilômetros do Rio de Janeiro, aprendem a escrever seu nome digitando no computador. Para esses pequenos, com idades entre 3 e 5 anos, mexer no notebook parece uma tarefa simples.

A atividade seguinte: apreciar obras de grandes artistas, como a pintora Tarsila do Amaral (1886-1973). Enquanto a tela Abaporu é projetada no computador da professora, os pequenos são instigados a falar sobre cores e formas. Depois das explicações sobre as pinturas, inspiradas pela arte de Tarsila, eles se arriscam a tirar autorretratos com a máquina fotográfica embutida em cada computador. Na sequência, passaram a outra atividade: pesquisaram imagens de animais da fauna brasileira com a orientação das professoras, usando seu notebook com acesso à internet. Novamente, as crianças demonstram uma desenvoltura capaz de deixar os adultos presentes, inclusive esta repórter, bastante impressionados.

Um dia na rotina dessa pré-escola mostra como a tecnologia foi incorporada de forma natural ao processo de ensino e aprendizagem, de modo que hoje o computador tem status de material básico de ensino - o mesmo pode ser observado em outras unidades da rede municipal. A naturalidade dos pequenos diante das máquinas comprova essa afirmação. "Tô escrevendo um carta", diz Julia, enquanto tenta digitar seu nome. Enquanto ela tecla, outros brincam ou desenham. "Alguns pais ficaram aflitos achando que cadernos, livros, canetas e lápis iam ser abolidos. Mas só acrescentamos uma nova ferramenta, que também serve para ensinar", diz Lúcia Helena Borges, chefe da Divisão Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação.

Em Piraí, os computadores não são exatamente uma novidade na rede de ensino. A cidade tem um projeto de inclusão digital desde 2005 e o pioneirismo de suas ações chamou a atenção do governo federal, que passou a financiar projetos locais na área. A vocação digital da cidade permitiu que os computadores fossem encarados como ferramentas a serviço dos conteúdos curriculares e ajudou na disseminação da tecnologia, já que hoje a maioria dos estudantes é familiarizada com ela.

Todos os computadores das escolas do município estão ligados em rede e têm acesso à internet, o que facilita o planejamento simultâneo dos profesores em todas as unidades. Cada uma tem autonomia para desenvolver seu trabalho, mas o diálogo entre elas é uma constante. Além disso, um núcleo de tecnologia foi criado para dar apoio técnico e pedagógico aos educadores. Hoje, os alunos de toda a rede têm uma pauta diária de atividades a cumprir e são acompanhados mesmo a distância.

Com frequência, o computador dá espaço para brincadeiras com massa de modelar, leitura ou cortar e colar. As fotografias tiradas pelas crianças, por exemplo, foram usadas para fazer uma colagem. Depois, sentadas em semicírculo no chão, elas passaram a atividade seguinte: desenhar livremente em papel. E assim, intercalando atividades tradicionais com outras, que usam o computador como o aliado, os pequenos da pré-escola adquirem conhecimentos.

Fonte: Revista Nova Escola

O Fifa Soccer ajuda a calcular?

 

A garotada da sua escola é maluca por futebol? Então aproveite: proponha que eles joguem esse esporte nos videogames e computadores com um olhar para a Matemática envolvida nos jogos. A dica é do professor Fillipe Henrique Fernandes Pacheco, de Cidade Ocidental, a 192 quilômetros de Goiânia.

Ele promoveu um campeonato direcionado com os alunos do 9º ano do Colégio Estadual Ocidental. Durante as partidas – disputadas no Playstation 2 – a turma tinha de coletar dados estatísticos como porcentagem de chutes ao gol, tempo de posse de bola, média de gols por partida etc. E não vale apenas copiar os dados que o game já dá, tem de mostrar os cálculos feitos.

Um dos principais games de futebol é o Fifa Soccer, com versões anuais que costumam ser super atualizadas, com a escalação oficial dos times e todos os outros detalhes dos campos. Outro badalado é o Pro Evolution Soccer, mas há inúmeros jogos ligados ao tema, incluídas aí versões para os tablets e até algumas gratuitas. O melhor é ver qual funciona melhor nos equipamentos que vocês têm disponíveis na sua escola.

E você, já usou outros jogos para os conteúdos de Matemática? Como foi a experiência?

Fonte: Revista Nova Escola

Equoterapia pode estimular a fala e a atenção de crianças autistas

  shutterstock

Você já ouviu falar em equoterapia? É um tipo de tratamento realizado com pessoas deficientes ou com necessidades especiais que utiliza o cavalo para promover o desenvolvimento físico e psicológico. O método já é antigo, mas uma pesquisa publicada recentemente apontou uma hipótese para explicar os benefícios da equoterapia para crianças autistas.

Um estudo recente realizado em uma clínica de tratamento para crianças com necessidades especiais no Reino Unido, a Special Horses for Special Children, sugere que os movimentos realizados pelo corpo da criança enquanto ela está sobre o cavalo aliviam a tensão na parte do cérebro que afeta a fala e a visão. Com isso, o sangue na região flui melhor e, portanto, a atividade neural da região melhora significativamente. Além da fala, o humor e a atenção da criança também são beneficiados. “Crianças autistas têm muita tensão na base do crânio e nas membranas do cérebro e isso impede o fluxo regular de hormônios, como a ocitocina, responsável pelo bem-estar, e essencial para a sociabilidade”, afirmou a cientista Fiona Dann, uma das responsáveis pela pesquisa.

Segundo Luciane Padovani, terapeuta ocupacional que trabalha há 15 anos com crianças autistas, a equoterapia trabalha não só a parte motora e postural, mas também a afetividade. As sessões duram cerca de 30 minutos e envolvem uma equipe multidisciplinar, que, dependendo das necessidades da criança, pode incluir psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. “Em cima do cavalo é mais fácil conseguir uma interação, o contato olho a olho com a criança. Trabalhamos bastante o tato também. É uma terapia muito rica”, afirma Luciane.

Para Antônio Carlos de Farias, neurologista infantil do Hospital Pequeno Príncipe (PR), a equoterapia é um ótimo coadjuvante no tratamento de crianças autistas. Ele explica que os cinco sentidos são comprometidos nesses pacientes, mas, ao entrar em contato com o cavalo, eles trabalham o toque, o senso de equilíbrio e ainda são levados a interagir com os profissionais e focar a atenção em suas instruções. Mas um alerta: antes de seguir com o tratamento, é preciso avaliar se a criança está se adaptando bem à atividade.

A analista de marketing Cristiane Poklikucha, 37 anos, só tem elogios para a técnica. Seu filho, agora com 8 anos, tem autismo e já faz equoterapia há um ano e meio. Inicialmente, ela ficou na dúvida se seria o tratamento mais adequado, uma vez que ele não tinha muitos problemas motores. “Mas ele gostava de animais, então eu resolvi tentar. Ele já havia feito fono no consultório, sem muito resultado, mas, quando passou a fazer o tratamento em cima do cavalo, a diferença foi grande. Ele presta muito mais atenção nos profissionais quando está montando”, conta a mãe. A melhora foi nítida também em casa. “Ele ficou mais atento, carinhoso e começou a fazer mais contato visual”, conta a mãe.

E as outras crianças?
O benefício que os cavalos trazem para autistas são bem específicos, mas a interação com esse animal pode ser valiosa para qualquer criança. Por vários motivos. Segundo Rebeca Rehder, fisioterapeuta e funcionária da Escola de Equitação do Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, o contato da criança com o animal estimula a liberação de endorfina, proporciona a ela estar em um ambiente diferente e é também uma atividade lúdica que desenvolve a coordenação e o equilíbrio.

Fonte: Por Marcela Bourroul - Revista Crescer



Entrevista - Geraldo Peçanha Almeida

Maria Montessori é a homenageada pelo Google, que exibe objetos educacionais no doodle

 
Maria Montessori, educadora e médica feminista italiana nascida em 31 de agosto de 1870, é a homenageada pelo Google em um doodle nessa sexta-feira. O doodle mostra desenhos de alguns objetos pedagógicos, em lembrança à carreira da homenageada.
 
Segundo a Enciclopédia Britânica, Montessori foi a primeira mulher a graduar-se em medicina na Itália, em 1896, pela Universidade de Roma. Logo no início de sua carreira, ela interessou-se pela educação de crianças com dificuldades de aprendizado. Ela é responsável pela criação do método montessori de aprendizagem, em que a própria criança observa se está fazendo as conexões corretas.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Usar as novas tecnologias - Um recurso a favor dos conteúdos


Foto: Suzete Sandini
Flaviana Meneguelli


"Leciono Matemática há 12 anos e sempre acreditei que a tecnologia pode facilitar o ensino. Ainda hoje, no entanto, alguns educadores não se sentem capacitados para aproveitar o recurso e outros, empolgados, fazem uso dele em qualquer atividade sem planejamento. Infelizmente, em ambos os casos, saem perdendo os alunos e os próprios professores, que deixam de ter a seu favor uma ferramenta de ensino essencial. Aprendi a importância de analisar quais conteúdos podem ser ensinados com o auxílio da tecnologia. Com isso, além de aprimorar nossa prática, damos oportunidade aos estudantes de desenvolver habilidades tecnológicas básicas no mundo de hoje, como saber usar um editor de texto e uma planilha. O mestrado em uso das tecnologias, que fiz na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), me deu meios para trabalhar com mais qualidade alguns conceitos matemáticos. Com as turmas da 6ª série para as quais leciono atualmente, por exemplo, passei a usar planilhas eletrônicas no trabalho com operações e, principalmente, de tratamento da informação e porcentagem. Os alunos fazem cálculos nas planilhas e depois criam gráficos que melhor representam os resultados obtidos. Os recursos disponíveis hoje não se aplicam só à minha disciplina. Na escola em que atuo, há professores de Língua Portuguesa que conjugam o ensino de novos gêneros, como blogs e fotologs, à produção de texto. O fato é que nossos alunos são formados dentro da cultura digital e profundamente influenciados por ela. Com a democratização do uso da internet, o crescimento do número de lan houses, o barateamento dos computadores e mesmo a implantação de programas de governo destinados à informatização das escolas, não há por que trabalhar usando somente o quadro e o giz. Cabe a nós entender como se dá esse processo e nos atualizar de forma a desafiar os estudantes."

Flaviana Meneguelli, 32 anos, professora de Matemática na Escola Básica Municipal Intendente Aricomedes da Silva, em Florianópolis, SC 

Fonte: Revista Nova Escola

VENHA ENTENDER UM POUCO MAIS SOBRE EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS, ASSISTINDO A PALESTRA DO PROF. ALÍRIO GOMES NA I JORNADA PEDAGÓGICA.

sábado, 11 de agosto de 2012

Alunos-atores novatos conhecem textos de escritores famosos e técnicas de improvisação, ampliando o repertório cultural

Esquete sobre uma madame baiana que humilha empregada: jogos teatrais na sala de aula. Foto: Valter Pontes

Esquete sobre uma madame baiana que humilha empregada:
jogos teatrais na sala de aula. 
Foto: Valter Pontes
Existe uma anedota envolvendo os baianos que diz o seguinte: na terra de Jorge Amado, Caetano Veloso, Glauber Rocha e tantos outros nomes importantes da cena cultural brasileira, ninguém nasce, mas estréia. Ao montar um projeto de teatro, o professor José Amorim de Oliveira Júnior, do Colégio Polivalente do Cabula, em Salvador, resolveu investigar até que ponto a tirada cômica tinha fundamento. E não é que tinha mesmo?!

Durante dez meses, o professor - que também é ator - trabalhou com o grupo de estudantes de 5ª a 8ª série. No fim do ano, estava convencido de que na sua escola se escondiam pequenos talentos. Com intervenções claras, é possível levar os alunos a expressar-se dramaticamente. "Não queria transformá-los em atores", explica. O objetivo dele era trabalhar com a garotada diferentes recursos cênicos, como a improvisação, além de maquiagem e figurino. Os jovens trabalharam a voz, conheceram textos de vários escritores brasileiros, fizeram adaptações deles e incorporaram diferentes papéis. O aprendizado sobre como entrar em cena certamente não sairá mais da cabeça deles. P.A.
Seqüência de atividades
1. CLAREZA NOS OBJETIVOS

Um projeto de teatro é mais do que recreação. Durante as aulas, aprendemse técnicas de relaxamento, vocalização, maquiagem e interpretação. A linguagem artística educa o corpo, solta a imaginação e aumenta o repertório intelectual e estético. Ao convidar os alunos para participar do projeto, José Amorim deixou claro o que seria aprendido ao longo de um ano.

2. DEFINIÇÃO DO MÉTODO

É fundamental definir os procedimentos para que todos saibam que é preciso muito aprendizado (e ensaio). José Amorim escolheu jogos teatrais do sistema Viola Spolim, baseado na improvisação. Durante um mês, a turma leu textos de Luis Fernando Verissimo, Fernando Sabino, do próprio professor e contos infantis, adaptados para o universo dos alunos. Chapeuzinho Vermelho, por exemplo, não levava doces para a vovó, mas ligava para um disque-pizza.

3. PREPARAÇÃO DO ESPETÁCULO

O trabalho de preparação é intenso. José Amorim dedicou três meses para fazer jogos teatrais, técnicas de relaxamento e fundamentos de dicção e de interpretação. "Muitos acreditavam ter a voz horrorosa", cita. Ele gravou os alunos falando para que ouvissem e fez uma oficina de vocalização. Durante a montagem do espetáculo - colagem de vários esquetes -, os estudantes aprenderam truques de maquiagem. Um policial ganhou cara de mau com o lápis carregado nas sobrancelhas, por exemplo. Quanto aos figurinos, eles usaram cores quentes para dar a idéia de excitação e frias para passar a idéia de calma.

4. ENSAIO ABERTO

Antes da apresentação, é importante mostrar a montagem para um grupo de convidados. O teste de público serve para que diretor e atores se habituem à platéia e também para receber críticas. José Amorim testou cinco esquetes e, como resultado, diminuiu o espetáculo de 60 para 45 minutos.

5. HORA DA SESSÃO

Depois de muito ensaio para aprimorar as cenas, chega o grande dia. Para a estréia, os alunos de José Amorim convidaram toda a comunidade escolar, que recebeu o programa da peça na entrada da sala de aula - adaptada com cortinas e cadeiras como num teatro.


OUTRAS PROPOSTAS

Foto: Heudes Regis
Foto: Heudes Regis
 
SITUAÇÕES DO DIA-A-DIA 
Divida a classe em grupos de seis alunos. Proponha a encenação de uma cena cotidiana: fila de ônibus, feira livre, sala de espera de dentista etc. Deixe os grupos decidirem o enfoque a ser dado à situação proposta. Num tempo limite de cinco minutos, as equipes criam a cena e depois apresentam para a classe. Faça um debate que enfoque as semelhanças e diferenças entre imitação e realidade. É importante que a criançada, durante o debate, desenvolva o senso crítico perante os fatos da vida real.

FONTE: JOGOS TEATRAIS NA ESCOLA, OLGA REVERBEL, 160 PÁGS., ED. SCIPIONE, TEL. 0800-161-700, 37,90 REAIS 

A VOZ NO TEATRO

Falar bem é uma competência fundamental de todo ator. Para fazer a garotada empostar e aquecer a voz, peça que todos alternem movimentos de boca em bico e sorrindo. Depois, que inspirem e soltem devagar o ar, fazendo os lábios vibrarem emitindo o som de PRRRRR. Outro truque é manter a língua no palato, soltar o ar devagar e fazer som de TRRRR. Para relaxar, respirar lentamente e pronunciar ca-la-ta, ra-la-ta, pa-la-ta. Uma boa dicção também não pode faltar. Combine com o grupo de ler o texto da peça articulando as sílabas exageradamente e suprimindo o som das palavras. Morder um lápis enquanto fala também é um ótimo recurso para a dicção, assim como trabalhar com trava-línguas. Lembre-se dos cuidados para ter uma boa voz: beber bastante água, evitar chocolate e pipoca, não gritar nem pigarrear e, claro, ficar sem falar, em descanso, sempre que possível.

CONSULTORIA: WILTON DE SOUZA ORMUNDO, PROFESSOR DE TEATRO DA ESCOLA MÓBILE E COORDENADOR PEDAGÓGICO DO PROJETO LITERATURA NO TEATRO DO CENTRO CULTURAL GRUPO SILVIO SANTOS, EM SÃO PAULO


PEGA-PEGA COM ENREDO

Os jovens contam a história da peça que vai ser encenada durante um jogo de aquecimento. Pode ser um pega-pega, por exemplo, no qual o pegador narra o enredo. Assim que alguém é pego, continua a narrativa do ponto em que foi interrompida. A dinâmica continua até o fim da história. Em seguida, a classe encena a peça inteira em cinco minutos. É preciso se desdobrar para realizar essa tarefa. Imagine Sonho de Uma Noite de Verão encenada nesse tempo. Ao fim do exercício, os alunos entrarão em contato com o enredo da peça, a dinâmica das cenas e os personagens e - o melhor - terão criado um esboço de cada cena que vai servir de ponto de partida para o trabalho posterior, ou seja, aprofundar cada um desses aspectos.
CONSULTORIA: TUNA SERZEDELLO, DO COLÉGIO SÃO LUÍS, EM SÃO PAULO

Fonte: Revista Nova Escola