sábado, 19 de maio de 2012

Alunos com necessidades especiais estão sem aulas no Rio de Janeiro

Cerca de mil alunos com necessidades especiais da rede pública de ensino do Rio de Janeiro estão sem aulas. A Prefeitura da cidade fechou 120 salas preparadas para receber os estudantes, deixando-os sem escola ou previsão de retorno.

Segundo representantes da comunidade local, a administração municipal não deu satisfações sobre onde estão esses professores e para onde foram encaminhados os alunos.

A aluna Loraine faz parte dos estudantes prejudicados. A adolescente de 13 anos, portadora da síndrome de Down, aprendeu a escrever algumas palavras na escola, porém desde o inicio do ano não frequenta mais a instituição. Segundo a mãe, houve apenas trés dias de aula.

— Os cadernos estão todos em branco. As cinco horas que ela passava na escola, ela tinha convivi-o com outras crianças, fazia diversas atividades e agora em casa ela fica mais agitada sem esse relacionamento.


Na escola de Loraine, a professora pediu demissão e não foi substituída. A mãe teve que deixar o emprego para cuidar da filha em tempo integral.

A psicopedagoga Márcia Martins de Oliveira diz que essa interrupção nos estudos pode causar traumas nas crianças

— O aluno da educação especial tem muita dificuldade em criar laços. Quando esses laços são cortados, atrapalha diretamente o desenvolvimento dele.
Outro lado

A Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro em nota, esclareceu que nenhum aluno da Educação Especial ficou sem atendimento especializado por conta de fechamento de turmas. A SME informa ainda que nenhuma turma de classe especial é fechada sem que haja a abertura de uma nova, se houver demanda.

A Secretaria Municipal de Educação informa  que o modelo de Educação Especial baseia-se no desejo expresso dos pais dos alunos. Sempre que eles manifestam a opção por classes ou escolas especiais, o atendimento é garantido. Caso os pais optem pela inclusão dos filhos em classes regulares, o professor é preparado e o atendimento complementar é assegurado no contraturno, em salas de recursos com professor especializado. Após a inclusão, cuja solicitação foi feita pelo pai, se a criança incluída não se adaptar, os pais podem solicitar que ela retorne a uma classe especial ou escola especial, que o pedido será atendido.A SME possui cerca de 10 mil alunos com deficiência, sendo 40% atendidos, de acordo com o desejo dos pais, em escolas ou classes especiais.

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